Quando a gente fica grávida pela primeira vez, nos vemos de repente, em um universo novo no qual somos bombardeadas de informações. E enquanto antes, eu achava esse acesso todo a informação uma maravilha, hoje eu me questiono... será que a gente precisa mesmo saber tanto de tudo?
Antigamente as mulheres tinham filhos e tanta coisa que é tãaaaao relevante hoje em dia, nem era considerada! E sinceramente, a estrutura familiar, a união, o amor...eram os mesmos, senão melhores!
A mulher atual tem tornado a maternidade massacrante e a gestação motivo de muito, muito estresse! TUDO precisa estar dentro do politicamente correto (de acordo com a "modinha"do momento)... e se você por algum motivo não pode, ou não quer seguir aquele padrãozinho... senta que lá vem julgamento!
Na minha gestação do Vítor sofri muita, MUITA pressão com relação ao meu parto! Pressão feita por mim mesma, mas também por muita gente! Desde antes de engravidar eu já sabia que meu desejo era por um parto normal... Acontece que o tempo foi passando e não havia nem indícios de que eu fosse entrar em trabalho de parto! E aí a pressão externa passou a incomodar...
A cada semana que passava e eu ouvia "Nossa! Esse menino não vai sair daí não?", ou a cada prece que eu ouvia de mãe ou de sogra "Tô pedindo a Deus pra ela ter um parto normal!"... eu me sentia cada vez mais pressionada e como se, caso eu não tivesse um parto normal, eu fosse menos mãe e meu parto fosse menos digno. Quanta injustiça com uma gestante, já cheia de questionamentos e preocupações, ter que se preocupar ainda com algo que foge totalmente do controle dela!
Então se você conhece alguém que está grávida, em especial passando pela primeira gestação, seja mais cuidadoso com os comentários que fará! Sei que na maioria das vezes as pessoas falam com boa itenção... ainda assim, colocam um peso e uma ansiedade absurdos e desnecessários em nossas costas!
Pela minha experiência, esse tipo de cobrança e idealização não fez nada bem! Não adianta a gente querer controlar algo que não depende exclusivamente da gente! Esperei, esperei, beirando 42 semanas pra acabar fazendo a minha temida e abominada cesárea! Tanta discurso por aí que a mulher precisa se empoderar do seu parto... LINDO na teoria, mas na prática, não temos poder sobre tudo! Eu não tive a mínima condição de ter um parto normal! E aí? Sou menos mãe por isso!
Hoje, aprendi na dor e após uma dose extra de pressão, que o melhor parto do mundo, para mim e para o meu filho foi o MEU, do jeitinho que ele aconteceu! A minha cesárea foi o parto ideal, o parto perfeito, o parto que Deus me permitiu viver... Aprendi que parto bom mesmo é aquele em que mãe e filho saem de lá bem, com saúde, se sentindo tranquilos, seguros e prontos pra seguir essa nova vida que já é cheia de pressão e não precisa de doses extras. Então não venha me doutrinar ou querer me convencer que o seu parto no banquinho, na banheira, com música zen, na oca, de 15 horas e o escambal a quatro foi melhor que o meu... Seu parto foi lindo, e o melhor do mundo pra você!!! Mas, somos indivíduos diferentes, com realidades e vontades diferentes, e respeito a opiniões é bom, e todo mundo gosta!
Esse post veio a tona hoje porque li o texto de uma blogueira ai, entitulado "Carta à Carolina Ferraz", aonde a mesma se sentiu no direito de instruir e orientar a Carolina com relação ao melhor parto pra ela, uma vez que a Carolina disse que não queria um parto humanizado.
Tenho ficado de saco cheio de gente metendo o bedelho na barriga vida alheia! Todo mundo hoje em dia tem acesso a informação... e quem não tem, é porque não quer ter, ou não liga! Ninguém precisa ser doutrinado, convencido, forçado... As
mulheres dizem que querem ser respeitadas em suas escolhas mas não respeitam nem as escolhas ou a realidade uma das outras! Quem opta pelo parto humanizado e tenta convencer quem
não quer, soa, para mim, como alguém que se acha mais certa ou informada
que a outra. Cá pra nós, um porre!!!
Pesquisei sobre a humanização do parto, li, reli e sinceramente acho
tudo uma baboseira filosófica sem fim! A mulher e o bebê devem ser respeitados? Isso pra mim é primordial, deveria acontecer em qualquer parto, e não é necessário uma nome especial para o parto feito com profissionalismo, ética, carinho e respeito! E convenhamos, acho que o médico, a vivência e experiência dele mereçam um pouquinho mais de respeito também! Só a vontade da mulher que conta e o médico que coloque tudo em risco pra atender sua decisão? Tá certo isso?
Acontece que é só a MINHA humilde opinião! Se você não concorda, ótimo, tenha seu parto como você acha correto e encontre um médico que topa qualquer parada! Não quero convencer ninguém... só quero ter o direito de não ter que ser convencida!!! De não ter que pensar igual! De poder escolher do meu jeito!
Agora só uma reflexão...Na época de nossas mães não
havia nada disso! Muito menos, tanto julgamento! Eu, euzinha, não nasci de parto humanizado,
não tinha musiquinha, minha mãe não pode escolher parir de cócoras, ou na banheira, ou de ladinho... ela não pode caminhas pela sala de parto e não escolheu basicamente nada, nem mesmo a hora de ir pro hospital porque meu pai estava assistindo uma corrida de fórmula 1 muito importante mesmo a bolsa dela já tendo estourado a tempos! Pra vocês terem idéia, havia um incêndio acontecendo no hospital na hora do meu parto, na
sala ao lado de onde eu estava nascendo, minha mãe teve complicações a ponto do médico perguntar ao meu pai se ele queria que salvassem
a esposa ou a bebê... Sei lá quanto tempo depois cortaram meu cordão umbilical, se foi meu pai ou qualquer enfermeira quem cortou, sei lá se mamei
assim que me tiraram da barriga da minha mãe ou se demorou bastante e tive que aguentar afinal todo bebê nasce com um estoquinho na barriga, sei lá se tinha luz forte, não sei se o médico me virou de ponta cabeças, me deu tapinhas pra eu chorar... Provavelmente SIM, afinal, tudo isso era de praxe antigamente e ninguém via como falta de respeito! Não lembro de nada do momento do meu parto... mas a única
certeza que tenho, desde então até hoje, é que me parir foi o maior gesto de amor da minha mãe
por mim, seja lá como tenha sido o parto! Me sinto absurdamente amada,
feliz, sem complexos ou traumas independente do que tenha acontecido naquelas minhas primeiras horas de vida... porque o que conta mesmo, são as horas e horas de amor que minha mãe me deu depois!!!
A mulher, principalmente a gestante
atual virou uma neurótica, chata, bitolada... Cheia de achismos, regras
de conduta e imposições! Repito, parto bom pra mim é aquele em que meu filho
chega ao mundo saudável e onde todo mundo faz o melhor possível!